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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


UMA INDEPENDÊNCIA CONTRADITÓRIA  


Que loucura é essa?! Independência contraditória? Sim. Afirmo. Sim. Si. S. Creio que as suas lágrimas se secaram por isso se esqueceu de tudo. Pior, se esqueceu até de si mesmo. Lembrança é bem difícil em uma sociedade inventada e mentalmente fragmentada. Mas, como este é bem recente, vou te lembrar: foi em 12 de abril, deste ano, 2012, aconteceu golpe do Estado, derrubando o governo eleito democraticamente. A partir daí, em toda a parte que se encontram os guineenses, as lágrimas se brotaram, seguidas de gritos: E.U.A, França, Portugal, em resumo, a famosa Comunidade Internacional, que nos socorrem! Não somos capazes de resolver os nossos problemas! Mandem a vossa força militar que ontem ajudaram na pilhagem deste país, para nos libertarem dos tiranos! Pois é! Era o choro que nunca acabava. Pelejando às antigas e às atuais máquinas, indústrias da nossa pobreza, para nos socorrer. E hoje? Não. Em breve. Verá os chorões, saltitando feito um canguru, comemorando a Independência, desfilando com a latinha de cerveja, explodindo o sorriso na cara, só porque alguém o perguntou o motivo da festa e se gritou: é aniversário do nosso país. Tornou-se independente  de Portugal desde 1974.

Pois é. Também concordo. Já que tenho tanta dificuldade quanto a Vossa Excelência de observar a realidade na sua essência. Sei que é assim. Mas, não deve ser assim. Chorando e pedindo  a quem ontem pilhou e pilha ainda como bem entender o nosso dito sagrado país, para nos socorrer. Uma vez, isso já aconteceu? Haha, sim! Lembro. A Carta das Nações Unidas afirma: a não ingerência nos assuntos internos dos Estados... Maravilhosa declaração! Quando o assunto é de seus pouco interesse, a magna Carta funciona perfeitamente. Lembra-se do caso Ruanda? Menos de “um mês” deitou no chão quase um milhão de civis. Sabe por quê? Por causa da Carta Magna. E Angola? E Sete de Junho na Guiné-Bissau? Desculpe-me. Vamos ao episódio vigente: a Síria. Nem arrisque, porque a carta deixou bem claro: a não ingerência nos assuntos internos dos Estados. Já imagina quantas crianças que morrem por dia nesse país? Ou seja, elas merecem simplesmente viver de milhões e milhões de dólares no campo de refugiados, em vez, viverem em paz. Mas, como assim, a não ingerência nos assuntos internos? E Iraque? Menos de um mês, Saddam Hussein foi enforcado. E a Líbia? Menos tempos Kadafi foi arrastado morto pelas ruas. KKKKK Inacreditável! Oiça os aplausos! Todo mundo aplaudindo os salvadores, os poderosos do nosso planeta. Poderosos? Poderosos nada! Simplesmente são malandros em guerra. Quantas guerras que eles já perderam?  Corpo a corpo sempre são derrotados. Vietnam é um exemplo vivo.  Para não continuarem passar a vergonha, mudaram da estratégia: criam a instabilidade social, política no país alvo, para depois atacar. Como pretendem fazer com a China, a Coreia do Norte, Iran, assim por diante. Caso contrário, nem Guiné-Bissau eles conseguiriam enfrentar, mesmo com facão. Porque são covardes. 

Agora, levanta a sua cabecinha e olha bem nos meus olhos. Se golpe de Estado que vai nos afastar do ocidente e seus valores funestos, que isso aconteça sempre na Guiné-Bissau: golpe e mais golpes. É tão ridículo depender tanto destas pestes. Sem menor dúvida, para que a Guiné-Bissau achar o caminho do progresso, deve-se seguir o caminho trilhado por países em progresso: China, Iran, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela etc. Até o Brasil pode se inserir no pacote, muito embora constituído por pensamento verticalizado, deixando os pobres com a cabeça virada ao céu, esperando benevolência divina. 

Quem sabe, a Guiné-Bissau um dia tornará independente, caso o governo atual continua trilhando ao oriente e para cá.

Marcelo Aratum

aratum22@yahoo.com.br       

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