Com sangue escorrendo nos olhos há 42 anos, apenas se vê nos guineenses as lamentações. Sim, as lamentações. Nenhum guineense se ousa autoafirmar que preocupa com a situação lastimável da Guiné-Bissau.
Visto que, pela observação feita, de forma geral, dentre os guineenses, conclui-se que, quando o assunto é a política, sobretudo, referente ao PAIGC, ou a uma das figuras desse partido, flutua barulho por todo canto, até os mortos se ressuscitam para participar nos espetáculos.
Mas, quando o assunto é a questão social, nem se fala, é corrente de banho frio correndo com os mortos aos túmulos.
O guineense não se preocupa com a Guiné-Bissau, contudo, aparece apenas para se lamentar sobre as misérias que ele mesmo ajudou a implantar. Para ser verdade, os políticos que você atira as pedras todos os dias, acusando-os de corruptos e ditadores, todos eram ontem como você, que vivenciaram todas as misérias que se pode imaginar, e que hoje chegaram ao poder, transformaram-se em monstro. E não deixam de ser guineenses.
Guineense não se preocupa com a Guiné-Bissau, só sabe lamentar ou debater as coisas supérfluas. Pois é, coisas supérfluas! Já se viu um intenso debate sobre o desemprego, a saúde, a educação, a economia, o serviço público, onde o Estado cobra de você até o ar que você respira? Ok. Não obstante, propunha um debate sobre a vida de um político ou de um partido, ou sobre as coisas supérfluas, ouvirá, de sobra, os túmulos gritando nos seus ouvidos.
Guineense não se preocupa com a Guiné-Bissau, no entanto, apenas lamenta. Lamenta igual os outros que haviam lamentado antes de chegar ao poder.
Guineense lamenta e não se preocupa. A LAMENTAÇÃO É DIFERENTE DA PREOCUPAÇÃO.
O MUNDO DEVE SER PENSADO, NÃO DADO.
Marcelo Aratum
Grupo no facebook: Justiça social e Exercício da Cidadania
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