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quarta-feira, 7 de junho de 2017

CEPAF - INFERNO DOS GUINEENSES



A ESTÓRIA É PARA SER CONTADA. E PARA NOVA GERAÇÃO, SÓ AMANHÃ.


A história nos narrou vários acontecimentos tristes. A história que rasgaram e rasgam a nossa alma. Mas, esta ESTÓRIA MINHA não é dos livros. Ela é presencial, VIVIDA.

AS IMAGENS QUE SE VÊ ABAIXO SÃO OS MORTOS JAZIDOS NO CHÃO ECLESIÁSTICO - CEFAP DE BANDÉ.

CEFAP era centro de formação, cercado de grande mural, mantido pela igreja católica, que ficava um pouco afastado da "cidade".

Quando começou o tiroteio, por volta das 18 horas, do dia anterior, a população próxima desse centro se refugiou ali, achando que ia receber proteção diversas.

Ali, eu estava, também, na mesma expectativa popular. E com os demais refugiados, dormimos em céu aberto, escondidos atrás de uma pequena montanha de areia, olhando para o céu noturno, pintado de luz das balas. Os nossos ouvidos por pouco não ficaram sangrias de tantos estrondo de bombas. Contudo, quem diria que não havia gritaria (instinto dos guineenses), músicas, especulações entre os refugiados? O padre que ali estava, ficou furioso com tal comportamento, chamava a nossa atenção ininterruptamente, mas, NADA. Aliás, a minha atenção, não. Permaneci deitado, pensando...

O dia se amanheceu, a água caía de uma grande cisterna, de mais ou menos dez metros de altura. Todo o mundo ali se concentrava, para pegar um pouco de água. Muitos, apenas, para se divertirem, mesmo ouvindo estrépito, as canções das armas dos demônios.

Quando arisquei de retornar à casa, para fazer higiene bocal, o colega meu não acreditou, achava que só podia ser a loucura.

Em casa, escovando os dentes, som estranho chiou aos meus ouvidos, de longe, vi a fumaça cobrindo o céu de bandé. Corri sem parar, encontrei as pessoas, abandonando o abrigo, com as lágrimas e os choros melancólicos. Não parei nem olhei para trás. À frente, só sangue saído do carro socorrista, pintando tchon de bandé. Assustado eu fiquei, porém, continuei correndo das balas que caíam ao meu lado.

Ali cheguei, CEFAP,

Tropeçando nos intestino das crianças e mulheres jazidas no chão. Eu queria tocar no corpo de cada uma delas, para pedir perdão. Não obstante, preferi-me mergulhar nas bolanhas a procura de salvação. PARA DEPOIS CONTAR AS HISTÓRIAS

ELAS VIVIAM POBRE E POBRE MORRERAM

OS HOMENS SÃO COVARDES. TAMBÉM, SOU. NEM CORAGEM TENHO DE DEITAR UMA FLORA EM SEPULTURA DE CADA UM DESSES INOCENTES.

Mas tenho coragem de continuar a defender os cúmplices dessa tragédia.

NO BAI SON, SI KANUA KAN KADJA, NÔ NA TCHIGA NA KIL UTRO LADO DE RIO.

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