VIROU NOTÍCIA

Guineense Domingos Simões Pereira convidado para Academia da Cultura Portuguesa

Por que, um guineense, quando se destaca a um cargo internacional, vira notícia?

Aliás, a mesma pergunta já foi feita por um intelectual negro, salvo erro, negro americano, ao perguntá-lo POR QUE, QUANDO SE DESTACA UM NEGRO, TRANSFORMA-SE EM NOTÍCIA?

Por que será?

Pois é!!!!!!!!!!!!!!!!! É desse jeito mesmo. É nessa lógica. É tão admirável e assustador, quando uma criança de cinco anos, faz questão de resolver uma equação matemática de SEGUNDO GRAU. Óbvio que comoveria qualquer um, logo, transformar-se-á em notícia.

É nessa mesma linha que ocorre nos países pobres, sobretudo, na Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo. IDH, praticamente nulo. Nessa lógica, uma simples indicação ao cargo desse gênero, provocaria comoção nacional.

Ocupar cargo internacional é praticamente normal. Só que é imperceptível nos países, onde o Índice de Desenvolvimento Humano é um pouco elevado. Resumindo, a sociedade esclarecida não se preocupa com isso.

Na Guiné-Bissau, a canção é outra. O fulano é isto, trabalha no Banco Mundial; o beltrano é aquilo, Secretário Geral das Nações Unidas; o sicrano é tudo, dono da CPLP, assim, por diante. Justamente, nessa ótica, alguns deles se aproveitam da situação e se transformam em monstro mais arrogantes da cidade.

Ora bem, o Dominguinho foi convidado pela essa instituição, para servir quem? Pois é, ele e os demais, ali estão para se servir e servir seus familiares. Dominguinho em particular, ali vai para servir a língua portuguesa. Ele não vai servir a língua balanta, língua mandjako, língua fula, etc.

Agora, entendeu? Então, glorifica quem está a serviço da Nação. Protegendo os valores nacionais. Glorifica as pessoas que ali estão, na Guiné, dando emprego aos jovens. Não deve perder o seu tempo exaltando o fulano pelo seu cargo ou pelo seu status social.

Ser humano é naturalmente inteligente. O que nos diferencia uns aos outros é o ESPAÇO e o TEMPO. Ou seja, o lugar no qual se encontra, a família que você tem e com quem você convive. Diferenciar o hoje e o ontem, socialmente, falando.

Então, glorifica-se e glorifica quem está a serviço da nação.

Manda Dominguinho pé bai kumé kakre, si él ibalanta. Pé bai kumé kandjirba, si él imandjako. Pé bai kumé katchur, si él ipepel. Pé bai kumé blanth, si él imankanhe. Pé bai kuma kuntango, ku bagre issado, si él ifulup.

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Escritor Marcelo Aratum