UM PEQUENO RETROSPECTO AO TEMPO
Imaginariamente, segundo dizem, com a detenção
de Antônio Injai, vejo alegria de esperança esparramada nas ruas
de Bissau, de uma face para outra. Assim viviam e assim continuam vivendo os
guineenses ao logo das décadas: sob as expectativas. Ora bem, Uma pequena
retrospectiva:
Primeiro – depois da Independência, os bissaus choraram de alegria, visto que, a partir de então,
seriam os mesmos detentores do poder, mas a alegria se transformou em lágrimas;
Segundo – mais tarde, devido golpe do Estado contra o primeiro presidente da República, Luiz Cabral, apareceu uma
figura militar, chamada General Nino Vieira, vulgarmente conhecido por Kabi Nafantchamna, nome de luta,
outra vez, os bissaus saíram pelas ruas, gritando de alegria, que se
transformou mais tarde em lágrimas;
Terceiro – em 1998, tal Kabi
Nafantchamna caiu pela própria força militar, asilado em Portugal,
nova cara chegou ao poder, depois de dezoito anos da governabilidade de Nino, chamado Kumba Yalá, outra vez, os bissaus se
enrolaram no chão de tanta alegria, que se transformou mais tarde em lágrimas;
Quarto – Ansumane Mané, o
protagonista pela sublevação militar em 1998, que alguns acharam que era obstáculo
pela estabilidade, foi morto, alegria saltou de novo e mais tarde se
transformou em lágrimas;
Quinto – em 2003, o presidente
Kumba Yalá, eleito democraticamente pelo povo foi derrubado pela força militar,
não sobrou um guineense que não gritou de alegria, que mais tarde se
transformou em lágrimas;
Sexto – meses depois, o
protagonista pela queda do Kumba Yalá, o Viríssimo Seabra, foi assassinado, também tido como um dos
principais obstáculos pelo progresso do país, outra vez, a alegria flutuou nas
veias dos bissaus, mais tarde, transformou-se em lágrimas;
Sétimo – Nino Vieira voltou do
asilo, candidatou-se ao cardo do presidente da República. Ele ganhou quando foi apoiado
pelo atual chefe da rebeldia das eleições, o senhor Kumba, e menos de dois
anos, foi assassinado juntamente com o Chefe do Estado Maior, General Tagma
Nawaie, desse episódio foi uma das maiores alegria sem precedente na história
dos bissaus, outra vez, alegria se transformou em lágrimas.
Oitavo – Zamora Induta assumiu a
chefia militar e instantaneamente preso pelo seu subordinado, Antônio Injai,
que hoje, segundo dizem, foi preso por outro subordinado, que nem nome sei.
Esta é a nossa GUINÉ-BISSAU! Um
país com a sua história. A história que será contada mesmo!
Como dizem, será que tem mais motivo de
alegria pela queda de Antônio Injai, depois desta minha loucura na pincelada
histórica? Reflita-se! Será que esse substituto camuflado, desse camarada não são farinhas do
mesmo saco? Reflita-se! Será que é justo, um simples candidato perder as eleições, organizar as prisões dos seus adversários, só porque tem um forte aliados armados? Por cima disso, mandar montar um Governo da Unidade Nacional? Reflita-se! Será que há motivo e justificativa convincente para o Governo da Unidade Nacional? Reflita-se! Será que a nossa democracia continuará
ser feita sob autoritarismo dos militares e da organização permanente do Governo da
Unidade Nacional? Reflita-se! Será que o Governo da Unidade Nacional é a única
forma de resolver o problema ou simplesmente vai continuar criando um Círculo Vicioso nos políticos e militares? Reflita-se! Chegou à hora, em que a sociedade guineense deve começar a reagir,
como qualquer outra sociedade civilizada, contra aqueles que pretendem sempre Regredir a sua Expectativa de vida. Ou melhor, deve-se esperar que a Comunidade Internacional resolva os nossos problemas? Será que
isso já aconteceu uma vez na vida dos guineenses, em que tal Comunidade Internacional resolveu os nossos problemas? Ainda sete de junho não o suficiente como exemplo? O que eu me lembro dessa entidade, dito Internacional são apenas as reuniões realizadas emergencialmente
por ela e sem nenhuma solução, a não ser a solução discursiva. Concluindo, caso
deixar que o Governo da Unidade Nacional seja feito, olhando pela história
acima mencionada, Guiné-Bissau nunca terá a paz, como não havia há séculos. O
problema da Guiné-Bissau deve ser corajosamente resolvido de uma vez para
sempre. Com a unanimidade fazer uma greve geral, por tempo indeterminado até
repor a ordem constitucional. Porque a justificativa dos militares se reflete contraditoriamente durante o golpe do Estado: vandalismo na casa do presidente do Supremo Tribunal, que nada tem a ver com a MISSANG. Vandalismo na CNE e na casa do seu presidente, que nada tem a ver com MISSANG e outros vandalismos feitos pelas "FARP," o dito Forças Armadas Revolucionárias do Povo.
Marcelo Aratum
Brasil
aratum22@yahoo.com.br
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